segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Unindo prática à teoria

por Guilherme de Alencar e Janine Mainel


Os alunos que ingressam na Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro não imaginam o que algumas salas de seus corredores lhes reservam.
A excelência acadêmica já é conhecida, no entanto, os laboratórios da FCS são gratas surpresas para os que optaram pela qualidade do ensino público universitário, mas com temor da precariedade de condições.
“Eu já imaginava que existiria algum tipo de laboratório na FCS, mas não sabia que eram específicos. Além disso, por ser uma Universidade pública achei que haveria muita dificuldade de equipamento, de maquinário, mas a situação que eu encontrei aqui é muito melhor do que eu esperava”, disse Rafael Nascimento, aluno do 1º período de jornalismo.
Já no 1º período, estudantes de jornalismo e relações públicas têm a oportunidade de desenvolver nos Laboratórios parte do que é aprendido em sala de aula, ou até o que ainda nem foi aprendido.


Um bom exemplo é o aluno Ciro Mahomed (Relações Públicas), que apesar de estar apenas no 2º Período da Faculdade, já estagiou no Laboratório de Vídeo (onde funciona a TV UERJ, primeira TV universitária online do país) e agora é estagiário do Escritório de Relações Públicas (que tem como seu carro-chefe a promoção de eventos para a FCS e também para fora dela).
“É muito bom para os alunos ter laboratórios de fácil acesso, que nos possibilitam adquirir certa bagagem. (...) Primeiro eu estagiei no LV, e o mais legal é que pude aprender bastante sobre jornalismo, que não é a minha habilitação, mas acho que isso pode ajudar bastante no meu futuro em Relações Públicas. Agora estou no ERP, onde eu posso realizar um trabalho mais de RP e ter um maior contato com as atividades que vão fazer parte da minha carreira futuramente”, afirma Ciro.
Apesar da estrutura não ser perfeita e dos problemas do dia-a-dia de uma instituição pública dificultarem bastante, os estagiários do Laboratório de TV e Vídeo (LV), de Editoração Eletrônica (LED), responsável pela produção jornalística impressa e digital da FCS; de Pesquisa e Opinião (LPO), onde realizam pesquisas de mercado e de opinião; e do Escritório de Relações Públicas (ERP), têm a grande chance de entrar em contato com suas futuras profissões já no início de sua vida acadêmica.

Além de representarem uma primeira chance para os estudantes, o estágio nos laboratórios é um diferencial para o currículo, e possibilita a muitos a chance de buscar uma vaga no mercado de trabalho. Como ocorreu com Pedro Staite: estudante de jornalismo, ele entrou no LV logo no 1º período; saiu no 3º. Hoje está no 4º e já tem dois estágios externos no currículo.
“o estágio no laboratório foi importante, porque foi o primeiro contato com a profissão, e por causa da responsabilidade que o LV propõe, pois há certa autonomia para os estudantes dentro do Laboratório. Além disso, ter um estágio de alguns meses no terceiro período é um adianto na hora de conseguir um estágio externo!”, disse Pedro.
Apesar de serem celeiros de bons profissionais os laboratórios ainda precisam de algumas melhorias, é o que diz José Carlos Messias, estudante de jornalismo do 6º período, “... ainda têm muito que melhorar, o espaço físico de laboratórios como o LED ainda é precário, pouco amplo e muitas vezes temos que nos deslocar para outras salas”.



Além disso, o número de bolsas é limitado e mesmo sabendo disso alguns estudantes aceitam estagiar nos laboratórios, devido à importância da experiência. Porém, nem sempre isso é possível, como no caso de Vitor Elias, do 4º período de RP.
- O número de bolsas era muito menor que o de estagiários. Eu fiquei seis meses como voluntário, mas chegou uma hora que o dinheiro me impossibilitou de permanecer, pois os gastos aumentam ficando o dia todo na UERJ. Por isso, seria legal se o número de bolsas fosse ampliado, assim mais alunos poderiam ter oportunidade, declarou o estudante.
Sobre a quantidade de bolsas a direção falou que realmente o número é pequeno, mas que há outras saídas como pedir monitoria ou iniciação científica, que são pouco solicitadas.
Além disso, a respeito do financiamento de melhorias por parte da direção, Ricardo Freitas, vice-diretor da faculdade disse: “A direção tenta ajudar no que pode, no entanto a verba é limitada, e é preciso um certo planejamento no pedido de verbas” (...).”Os professores precisam criar o hábito de fazer projeto para a FAPERJ, Fundo de Apoio de Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro, pois quando o projeto é bem feito nós ganhamos o financiamento”.
Para a direção da faculdade os laboratórios são essenciais para a formação dos alunos, além de serem obrigatórios de acordo com lei do ministério da educação, e elevam o nome da FCS.
- Cada produto bacana que sai daqui leva o nome da Faculdade de Comunicação cidade a fora, estado a fora, país a fora. Por exemplo, a Agência de Notícias, do laboratório de Editoração, é um projeto fantástico porque ele coloca o nome da UERJ efetivamente pra fora, finaliza o vice-diretor.
Portanto, para aqueles que entram na Faculdade esperando pelo 3º período, quando a maioria dos estágios externos começam a surgir, os laboratórios da FCS são uma excelente oportunidade de aprendizado e contato com a carreira.
Com um pouco mais de integração entre alunos, professores e direção esses laboratórios podem render muito mais frutos do que já rendem.

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